A psiquiatra Daniella Rodrigues Gonçalves explicou ao Portal Araxá no Ar que a Síndrome de Burnout é um termo que existe desde 1974. Esse tipo de esgotamento se confunde muito com o estresse, que é o cansaço. Os sintomas são sentidos quando o corpo não está resistindo ao que a mente quer passar. "Mas a Síndrome de Burnout é diferente do estresse. Apesar dos sintomas do estresse serem sentidos na Síndrome, a gente trabalha muito mais com uma questão crônica. É quando aquele profissional não está se adequando ao trabalho e vai tendo ao longo do tempo uma exaustão", disse Daniella Rodrigues.
A Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como estresse crônico e está incluída na Classificação Internacional de doenças. No Brasil, mais de 33 milhões de pessoas sofrem com o esgotamento profissional.
Entre os sintomas da Síndrome de Burnout estão a tontura, dores de barriga, desânimo do trabalho, a falta de estímulo. "Hoje em dia aumenta-se aí a carga horária dos profissionais, às vezes cobrança excessiva, cobranças para que se atinjam metas. Muitas vezes o profissional não está dentro de um padrão de trabalho que ele goste. Muitas empresas não estimulam a competência dos profissionais e isso pode gerar um esgotamento mental e físico", lembra a psiquiatra.
Daniella Rodrigues falou que o diagnóstico do esgotamento profissional se dá muitas vezes muito tarde, justamente porque as pessoas que estão no meio ou a própria pessoa não o reconhece. "E quando você tem um estresse, os sintomas são quadros de depressão, ansiedade e não de esgotamento profissional. E a consequência mais grave da Síndrome é a pessoa não conseguir realizar as suas atividades. Ela passa a ter conflitos no trabalho, isolamento social. Em casa, a pessoa pode não conseguir sair do quarto e existem até casos de suicídio", contou.
A psiquiatra reforçou também a importância das pessoas buscarem a ajuda de um profissional para prevenir doenças como o esgotamento profissional. "A gente tem que trabalhar com prevenção e a questão também das empresas estarem gerando no serviço um ambiente propício para o profissional querer estar ali naquela empresa, ter estímulos para querer se desenvolver melhor, ter o reconhecimento nas suas competências, justamente para não ser gerado um adoecimento. É fundamental as pessoas terem condições melhores em casa também, como dias de descanso, laser com família. Se não, a gente vai gerando uma carga de cansaço que vai além do que o nosso corpo pode sustentar", finalizou Daniella Rodrigues.