A Mina de Gongo Soco da mineradora Vale, em Barão de Cocais (MG), pode se romper há qualquer momento. O talude da cava está se movimentando e pode se desprender, pondendo causar um rompimento da barragem a 1,5 km ao Sul da estrutura. O talude é um terreno inclinado que sustenta a cava da Mina.
De acordo com documento da mineradora, divulgado em uma recomendação do Ministério Público, a Vale deve comunicar à população da região por meio de “carros de som, jornais e rádios, informações claras, completas e verídicas” sobre a condição estrutural da barragem, além de fornecer “total apoio logístico, psicológico, médico, bem como insumos, alimentação, medicação, transporte e tudo que for necessário” às pessoas eventualmente atingidas.
Neste sábado (18), cerca de 1.600 moradores da Zona de Segurança Secundária (ZSS) da cidade participaram de um novo simulado de emergência de barragens. A ação, de caráter preventivo, foi realizada pela Defesa Civil estadual, com apoio da Vale, das Polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e da Prefeitura Municipal. A Vale participou da atividade com 350 funcionários e prestou todo apoio logístico aos órgãos competentes.
O objetivo da atividade foi reforçar as orientações e treinamento da população residente na ZSS sobre como se proceder em caso de emergência com a barragem Sul Superior da mina Gongo Soco. A ação foi motivada por eventuais impactos da vibração provocada pelo talude Norte da cava da mina na barragem.
O treinamento teve duração de 48 minutos e adesão de 26,75% do público previsto. Importante ressaltar que os moradores da ZSS já receberam treinamento em 25 de março. Foram instalados, na ocasião, sete pontos de encontro na cidade com funcionamento 24 horas por dia.
A Sul Superior está em nível 3 de alerta de segurança desde o dia 22 de março. Em 8 de fevereiro, cerca de 400 pessoas da Zona de Autossalvamento (ZAS) - comunidades de Piteiras, Socorro, Tabuleiro e Vila do Gongo - haviam sido removidas preventivamente. Elas foram acolhidas em moradias provisórias alugadas pela Vale, hotéis, pousadas da região e casa de familiares, respeitando a vontade de cada um.
Juntamente com a Defesa Civil, a empresa também realizou simulados de emergência com residentes da Zona de Segurança Secundária (ZSS) dos municípios de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo.
A Vale afirmou também que adotou medidas preventivas como a construção de uma contenção de concreto e posicionamento de telas metálicas e blocos de granito na jusante da barragem. O objetivo é reduzir os possíveis impactos às pessoas e ao meio ambiente caso aconteça rompimento. O talude também está sendo monitorado 24 horas por dia pela mineradora de forma remota, com uso de radar e estação robótica.